Liberdade de expressão

O que mais se vê hoje em dia, especialmente na internet, são opiniões extremas, pessoas ridicularizando outras por causa de pensamentos contrários, críticas de todos os lados e discussão atrás de discussão. Nem sempre é muito bom conviver com tudo isso. Mesmo assim, eu defendo o direito de todo mundo fazer qualquer uma dessas coisas.

Como individualista que sou, prezo pelo poder do indivíduo, e isso inclui manter seu direito de liberdade de expressão intacto. Pouco me interessa se fulano simpatiza com nazistas, se odeia crianças, tem nojo de heterossexuais ou admira ditaduras. Enquanto isso não passa de opiniões e palavras, todo mundo pode criticar a vontade, mas ninguém deve ser calado, não importa o lado.

Aqui sempre entra a velha história do “discurso de ódio”. De acordo com os coletivistas, certas opiniões são muito prejudiciais e devem ser proibidas. Eles acham que proibir alguém de falar que odeia homossexuais fará com que, como num passe de mágica, ele fosse repensar sua postura. Haja utopia.

Não existe nada mais difícil de se mudar do que o pensamento de uma pessoa. Um depressivo não volta ao normal apenas por saber que está se prejudicando, nem um aracnofóbico ignora seu medo de aranhas porque humanos matam muito mais do que elas. É pura inocência acreditar que coibir opiniões altera atitudes. Ainda que um maníaco homicida seja proibido de falar de sua sede de sangue, ele não vai deixar de matar.

A partir do momento em que crimininalizamos OPINIÕES, mas procuramos desculpas para os ATOS, tudo está perdido. A pessoa que tem nojo de negros pode ser uma preconceituosa e uma pessoa repulsiva, mas não é uma criminosa. A pessoa que mata um negro, a menos que em legítima defesa, é uma criminosa. É essa última que deve importar. A primeira está apenas exercendo seu direito de falar asneiras.

Existem opiniões que ofendem. Existem. Mas se formos partir do princípio de que o ofensivo não deve ser tolerado, não será mais possível falar de nada. Afinal, o simples fato de eu estar feliz e saudável pode ofender os tristes e doentes; meus dentes inteiros podem ofender os banguelas; minha magreza pode ofender os gordos; até mesmo o fato de que eu respiro pode incomodar muita gente. Então como vamos ficar se qualquer coisa pode ofender qualquer um?

Se você acredita que uma mulher não pode ser zombada por ser gorda, mas o adolescente que assalta e mata outra pessoa deve ser perdoado, você está dizendo que inocentes devem ser poupados (o ofensor e o assassinado), e defendendo o culpado (o assassino). E até onde eu sei, a culpa nunca deve ser da vítima.

Sobre Nadia

Anarcocapitalista mas não (muito) chata. Desenvolvedora de bancos de dados, adepta de livros, chá verde, sushi de carpa, Palmeiras futebol clube, história das Copas do Mundo e "escritora" por hobby.
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